Um vereador discursava na Câmara Municipal de Imperatriz quando
desistiu de falar diante das manifestações dos professores da rede municipal de
ensino. A categoria protestava contra o aumento salarial de 6% proposto pela
Prefeitura.
Mais uma vez os ânimos se exaltaram na Câmara. O fotógrafo
Daniel Sena se dirigiu ao plenário e retratava o tumulto. Incomodado com a
atividade de Sena, o vereador José Carlos chama os seguranças e pede que ele
seja retirado do plenário.
Continuei com as fotos. Quando percebi os seguranças
chegando me aproximei e perguntei o que estava acontecendo. Tomei um susto com
José Carlos me puxando pelo braço. “O senhor vai me agredir, vereador?”,
perguntei surpresa. Ele, com o rosto
vermelho, resolveu me soltar.
Daniel Sena e eu saíamos do plenário quando, chateada com a
situação, falei da liberdade de imprensa. O parlamentar se dirigiu a mim e ao
fotojornalista com palavras de tão baixo calão que nem tenho coragem de
escrever. É ofensivo até aos leitores.
Revoltei-me! Fiquei triste! É uma mistura de sentimentos, difíceis
de descrever. Que cidade é essa, onde seus
vereadores querem impedir que eles sejam retratados em plena Câmara Municipal? Em
outros tempos, isso era chamado de censura. Mudou? Sinceramente, já não tenho
mais certeza.
Passei quatro anos e meio fazendo diversas cadeiras na
Universidade Federal do Maranhão. Em quase todas elas, nossos mestres e
doutores nos mostravam a importância do papel do jornalista em divulgar o que é
de interesse público. De repente, vejo toda
a teoria cair por terra diante de um “excesso de emoção” de um parlamentar que
deve está ali, na Casa do Povo, para defender os interesses públicos.
Lamentável!
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