terça-feira, 7 de maio de 2013

Sobra truculência e falta liberdade de imprensa na Câmara de Vereadores


Um vereador discursava na Câmara Municipal de Imperatriz quando desistiu de falar diante das manifestações dos professores da rede municipal de ensino. A categoria protestava contra o aumento salarial de 6% proposto pela Prefeitura.

Mais uma vez os ânimos se exaltaram na Câmara. O fotógrafo Daniel Sena se dirigiu ao plenário e retratava o tumulto. Incomodado com a atividade de Sena, o vereador José Carlos chama os seguranças e pede que ele seja retirado do plenário.

Continuei com as fotos. Quando percebi os seguranças chegando me aproximei e perguntei o que estava acontecendo. Tomei um susto com José Carlos me puxando pelo braço. “O senhor vai me agredir, vereador?”, perguntei surpresa.  Ele, com o rosto vermelho, resolveu me soltar.

Daniel Sena e eu saíamos do plenário quando, chateada com a situação, falei da liberdade de imprensa. O parlamentar se dirigiu a mim e ao fotojornalista com palavras de tão baixo calão que nem tenho coragem de escrever. É ofensivo até aos leitores.

Revoltei-me! Fiquei triste! É uma mistura de sentimentos, difíceis de descrever.  Que cidade é essa, onde seus vereadores querem impedir que eles sejam retratados em plena Câmara Municipal? Em outros tempos, isso era chamado de censura. Mudou? Sinceramente, já não tenho mais certeza.

Passei quatro anos e meio fazendo diversas cadeiras na Universidade Federal do Maranhão. Em quase todas elas, nossos mestres e doutores nos mostravam a importância do papel do jornalista em divulgar o que é de interesse público.  De repente, vejo toda a teoria cair por terra diante de um “excesso de emoção” de um parlamentar que deve está ali, na Casa do Povo, para defender os interesses públicos. Lamentável!

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